Fumaça cobre Pitangui, que enfrenta múltiplos focos de incêndio; moradores relatam problemas respiratórios
O Corpo de Bombeiros atua desde a última terça-feira (9) no combate a incêndios florestais que atingem a região da Serra da Cruz do Monte, em Pitangui. Na quarta-feira (10), a cidade amanheceu tomada pela fumaça, conforme registrado em vídeos divulgados nas redes sociais.
De acordo com informações dos bombeiros, os focos de incêndio estão localizados em uma área de preservação ambiental situada na Serra da Cruz do Monte, ponto mais elevado do município. A região afetada compreende os bairros Nossa Senhora de Fátima, Penha e Zona da Mata da Pedreira. Os incêndios ocorrem em áreas de mata densa e, até o momento, não apresentam risco direto a imóveis residenciais.
Ainda segundo os bombeiros, os focos foram controlados na manhã de quarta-feira. Contudo, novas chamas surgiram no período da tarde, exigindo o retorno imediato das equipes para conter o avanço do fogo.
Diversos moradores relataram prejuízos à saúde da população, principalmente entre indivíduos com doenças respiratórias pré-existentes.
Um dos residentes, que preferiu não se identificar, afirmou que os incêndios na região são recorrentes e que a comunidade local sofre com as consequências ano após ano.
“Todos os anos há queimadas em áreas de mata protegida e também no cerrado da Serra da Cruz do Monte. A cidade é sempre impactada pela fumaça. Muitas pessoas passam mal por causa da poluição no ar, principalmente idosos, crianças e quem, como eu, sofre de rinite e sinusite. A situação é grave!”, declarou.
O mesmo morador ainda destacou os impactos negativos na fauna e na flora locais:
“Depois a gente presencia o desastre ambiental. A Serra da Mãe D’Água, outra área de preservação, foi muito afetada em um incêndio no ano passado. Centenas de mudas plantadas por voluntários – como ipês, mangueiras e macieiras – foram destruídas pelas chamas.”
Moradores relatam que a cidade está encoberta por fumaça há pelo menos quatro dias. Além dos prejuízos à saúde, há impactos no cotidiano das famílias.
Uma moradora descreveu a dificuldade de manter a casa limpa devido à fuligem:
“Minha casa está coberta de sujeira. A fuligem entra por todo lado. O cesto de roupas sujas está cheio, porque não dá para lavar roupa e estender no varal. Tudo fica com cheiro de fumaça. Preciso lavar tudo duas vezes. Estou usando até pano úmido no rosto para conseguir respirar melhor. A situação está insustentável.”
Fonte: G1 Centro-Oeste