Trabalho infantil em fábricas de calçados afasta mais de 100 menores em MG
Uma operação em Nova Serrana e Perdigão, no Centro-Oeste de Minas, identificou 107 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil em 65 fábricas de calçados. Do total, 23% haviam abandonado a escola, e 12% não informaram sua situação escolar.
Casos graves foram registrados, como o de um jovem de 16 anos que trabalhava das 7h às 17h e havia deixado os estudos há três anos, e o de uma adolescente de 15 anos, que largou a escola há dois anos para operar uma prensa pneumática — atividade proibida para sua idade.
As condições de trabalho incluíam jornadas exaustivas, exposição a produtos tóxicos, ruídos elevados, operações com máquinas perigosas e esforço físico repetitivo. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), esses fatores prejudicam o aprendizado e aumentam a evasão escolar.
As empresas envolvidas, cujos nomes não foram divulgados, serão autuadas.
A auditora fiscal Ísis Freitas Oliveira afirmou que os casos vão além de uma infração: mostram a interrupção da infância. “O tempo de estudar e brincar foi substituído pelo cheiro forte da cola e por tarefas repetitivas”, disse.
🔎 A lei brasileira proíbe o trabalho de menores de 16 anos, exceto na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. Entre 16 e 17 anos, o trabalho é permitido, mas sem riscos à saúde e segurança.
Fonte: G1 Centro-Oeste