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Após 49 dias de campanha, apenas 3,75% da população brasileira recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19

Após 49 dias de campanha, apenas 3,75% da população brasileira recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19

Após 49 dias de campanha de vacinação em curso, apenas 3,75% da população brasileira (5% dos adultos) recebeu a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. A informação foi divulgada neste sábado (6) pelo O Globo e de acordo com a matéria o país ainda está longe de chegar à marca de 70% de sua população vacinada, estimada como um limiar mínimo para imunidade coletiva contra o novo coronavírus.

A projeção é baseada em cronograma de entrega de vacinas que o Ministério da Saúde divulgou nesta semana, levando em conta apenas os contratos já assinados e que já tenham data de entrega prevista de doses. O governo federal está em tratativas com mais fabricantes de vacina e divulgou nesta semana os prazos propostos em negociações. Se esses contratos se concretizarem, o Brasil teria capacidade de atingir o limiar dos 70% ainda antes do fim do ano. 

Essa perspectiva mais otimista requer também a confirmação de “compras futuras” que o ministério lista a serem efetuadas com a AstraZeneca e a Sinovac, que detêm, respectivamente, os royalties das vacinas que vêm sendo produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Butantan, a partir de setembro. A projeção feita pelo O Globo levou em conta os períodos necessários de intervalos entre doses aprovados para cada vacina (no Brasil ou no exterior) e considerou uma capacidade de aplicação de 2 milhões de doses por dia no Brasil, que especialistas consideram exequível.

Seria difícil chegar a um limiar de 70% antes de dezembro, porque, quando a maioria dos lotes de vacina estiverem chegando, o Programa Nacional de Imunização (PNI) possivelmente já estará operando com sua capacidade total, sem condições de aplicar as novas doses em tempo hábil. Um dado preocupante é que o Brasil só tem compra de vacina contratada para imunizar 65% de sua população.

O Ministério da Saúde divulgou o recebimento de 275 milhões de doses de vacinas para o Brasil, incluindo na conta as já entregues e aplicadas (apenas 1,23% da população já recebeu as duas doses da vacina). Outros 140 milhões de doses viriam pelas “compras futuras” com AstraZeneca e Sinovac, e mais 161 milhões são as doses ainda “em tratativas”, segundo o cronograma do governo federal.

Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, o Brasil deu a primeira dose do imunizante para, em média, 0,1% da sua população por dia. De acordo com o portal Our World in Data, da Universidade de Oxford, o ritmo de vacinação brasileiro fica bem abaixo do de outros países. Os chilenos e americanos, por exemplo, vacinaram com pelo menos uma dose mais do que o dobro dessa parcela populacional (0,26% e 0,22%, respectivamente) diariamente.

O Reino Unido tem quase o quádruplo (0,39%) de parcela da população imunizada por dia. Israel, que ganhou destaque mundialmente na agilidade no processo, alcançou 0,77% da população vacinada por dia. O Chile, que tem a vacinação no estágio mais avançado da América Latina, conseguiu aplicar pelo menos uma dose em 20,4% da sua população (contra cerca de 4% do Brasil).

Já os EUA imunizaram 16,2%, o Reino Unido está em 30,9% e Israel já tem a maior parte dos cidadãos com pelo menos uma dose da vacina contra Covid-19, com uma taxa de 56%. Todos esses países começaram, no entanto, suas campanhas quase um mês antes do Brasil. Especialistas afirmam que ainda não há um consenso sobre quando a imunidade coletiva pode ser atingida a ponto de reduzir a pandemia por si só, e há fatores novos complicantes para se fazer essas estimativas, como as novas variedades do vírus que circulam no Brasil e em outros países.

Fonte: O Globo

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