Estatísticas do Atlas da Violência 2020 reforçam número de casos de violência no país contra os negros
A morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, por dois seguranças do Carrefour de Porto Alegre, reforça as estatísticas do Atlas da Violência 2020, que é publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados coletados entre 2008 e 2018. De acordo com o levantamento, os negros representam 75,7% das vítimas de homicídios no Brasil.
Para cada branco, amarelo e indígena assassinado, são mortos 2,7 negros no país. As negras representaram 68% do total das mulheres assassinadas no Brasil, com uma taxa de mortalidade por 100 mil habitantes de 5,2. Quase o dobro quando comparada à de mulheres não negras.
Outro dado que chama a atenção é que, no período pesquisado, os homicídios contra negros subiram 11,5%, enquanto os assassinatos de pessoas de outras etnias caíram 12,9%. A pesquisa mostrou que em Minas Gerais a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes é de 19,9 para negros e 9,9 para não negros.
O estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, publicado em 2019 pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontou que no mercado de trabalho, 68,6% dos cargos de gerência são ocupados por brancos, contra 29,9% de pretos e pardos.
Na distribuição de renda, o mesmo levantamento aponta que, entre as pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza (com menos de R$29,59 por dia), 15,4% são brancos e 32,9% são negros. A taxa de analfabetismo (de pessoas com mais de 15 anos) entre brancos é de 3,9%, enquanto a de negros é de 9,1%. Entre os deputados federais eleitos em 2018, 75,6% se autodeclaram brancos e 24% se consideram pretos e pardos.
Texto: Antônio Anderson (com informações do Atlas da Violência 2020, que é publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
Foto: Reprodução da Internet
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