Pesquisa da FGV aponta que pandemia acentuou abismo educacional
Pesquisa divulgada nessa quarta-feira (21) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que adolescentes de 16 e 17 anos, das classes A e B, estudam 64% mais horas do que aqueles da camada E, que são os mais pobres.
O economista Marcelo Neri, um dos autores do levantamento, prevê que as desigualdades educacionais, que vinham em queda, voltarão a subir e devem permanecer assim, mesmo depois da pandemia. Na avaliação de Neri, esse quadro vai se refletir no mercado de trabalho, especialmente para a população entre 15 e 24 anos de idade.
Ainda segundo a pesquisa elaborada pela FGV com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo à distância, imposto pelo isolamento social provocado pelo novo coronavírus, elevou o patamar da desigualdade educacional no Brasil.
De acordo com a FGV, os alunos mais ricos passam, em média, cerca de 3 horas e 20 minutos assistindo aulas à distância ou realizando atividades escolares. Já na classe C, o tempo de estudo cai para 2 horas e 21 minutos. Quando avaliado o tempo dedicado pelos estudantes mais pobres, das classes D e E, esta média é de 2 horas e 2 minutos.
Entre os estudantes de 6 a 15 anos, os jovens da classe A estudaram cerca de 3 horas e 11 minutos por dia ao longo de agosto. Este tempo caiu para 2 horas e 22 minutos na camada C, para 2 horas e 10 minutos na D e 2 horas e 2 minutos na E.
Fonte: Agência Brasil