Política

Presidente da Câmara Municipal defende projeto que faz a recomposição do salário de agentes políticos

Presidente da Câmara Municipal defende projeto que faz a recomposição do salário de agentes políticos

A Câmara Municipal de Pará de Minas vai realizar nesta quinta-feira (20) uma reunião extraordinária que terá como objetivo votar o reajuste de salários para os servidores públicos e agentes políticos. O assunto vem tendo bastante repercussão, principalmente nas redes sociais, e a reportagem do Achei Pará de Minas entrevistou o presidente da Casa, Nilton Reis Lopes, que falou sobre esta situação e de outros temas importantes para a população.

O reajuste salarial é permitido por lei, mas será que com o momento que passa o país seria moral concedê-lo?  Nós vamos avaliar dois projetos. O 04/2022, que dá recomposição salarial para os servidores do poder executivo de 12% e de 10,16%, conforme o índice do INPC, para prefeito, vice-prefeito e secretários. Já o projeto 06/2022 concede aumento de 12% para os servidores da Câmara Municipal e de 6,9%  para os vereadores. É preciso deixar bem claro que estamos respeitando a Constituição Federal, que determina que todos os cargos da Câmara Municipal  tenham esta recomposição. Eu estou presidente da  Câmara e respondo até 20 anos para frente por qualquer notificação que for feita pelo Tribunal de Contas ou outros órgãos competentes porque não fiz a recomposição salarial dos funcionários da Câmara.

Qual seria o seu voto em relação ao projeto? Ele precisa ser analisado junto com o plenário de forma que possamos ouvir o que pensam os outros vereadores. Ano passado teve reunião e todos concordaram. Todos sabem a responsabilidade que nós temos com o município de Pará de Minas e precisa haver consenso na hora de aprovar este projeto de recomposição salarial.

Já daria para fazer uma avaliação sobre como devem votar os vereadores? Não. Cada vereador tem sua forma de pensar e precisaremos ouvir o que eles têm a dizer.

Pelas redes sociais têm aparecido comentários sobre a desoneração de alguns servidores e a recontratação dos mesmos com salários bem maiores do que era praticado na gestão anterior. Qual é a verdadeira situação? Tem umas redes sociais que plantam muitas mentiras. Primeiro eu peguei uma servidora efetiva, que era auxiliar de compras, e dei a ela a oportunidade para se tornar chefe de divisão de compras. E quem exercia este cargo antes eu passei para diretor administrativo. Lembrando que ele trabalha na Casa desde 2013. Este funcionário teve oportunidade pelo profissionalismo. E ainda tem quem fale que o motivo era levar a minha turma. Eu não tenho turma. O que aconteceu foi que dei oportunidade para duas pessoas que estão aqui mesmo antes do meu mandato. Isso é bom esclarecer para a população, que a nossa intenção é fazer uma gestão enxuta e de resultados.

Qual a sua opinião sobre o pedido de antecipação do dinheiro da indenização da Vale para ser utilizado em obras na cidade, que foi castigada pelas chuvas? Conversei com o prefeito Elias Diniz na semana passada e ele me passou que esteve reunido com uma equipe do governo do estado e que nesta quarta-feira (19) haveria uma reunião do Comitê da Vale. Tudo indica que o dinheiro da mineradora vai sair no segundo semestre deste ano, mas o prefeito solicitou que o governo que avaliasse a possibilidade de liberar a verba no primeiro semestre. Temos vários pontos de nossa cidade que precisam ser revitalizados, mas precisamos esperar para ver se haverá liberação.

Falando em resolver problemas causados pelas chuvas, a prefeitura tem feito operações paliativas, como de tapa-buracos. Estas ações resolvem emergencialmente, mas não têm surtido efeito prático. O que pode ser feito? O primeiro passo é a aprovação do loteamento e a execução de uma fiscalização rígida. Se não houver rigor na fiscalização isso vai ficar acontecendo anos e anos no nosso município. Se for feita uma operação tapa-buraco oito vezes em avenidas e depois colocar isso na ponta do lápis dá para recapear ela toda. O prefeito já foi informado desta situação, ele já mostrou os mapas com os locais que ele pretende fazer recapeamento asfáltico, como na avenida  Nossa Senhora da Piedade, no Santos Dumont. Precisamos cobrar do prefeito que ele faça a aplicação do recurso público com a melhor prática possível para dar retorno à população.

Mas estas medidas paliativas não implicariam em gastar muito dinheiro público para que depois fossem feitas as ações definitivas? Não é o ideal, mas é preciso fazer estas obras para ajudar à população. Constantemente eu recebo telefonemas de pessoas que moram em casas próximas de estradas rurais que têm dificuldade para fazer o escoamento do agronegócio e perdem vários produtos. Estamos pedindo para o prefeito que faça estas intervenções emergenciais.

Qual a sua opinião sobre o embate entre a vereadora  Márcia Marzagão e o prefeito Elias Diniz sobre o Auxílio Alimentação de R$ 600. Sabemos que é direito do servidor este benefício, mas o prefeito vetou alegando que era inconstitucional a emenda proposta pela vereadora? O prefeito conta com um corpo jurídico que precisa avaliar de fato a emenda. No campo jurídico são várias vertentes, um advogado puxa para um lado e outro para outro. E no entendimento da procuradoria do município tem de ser vetado. Estamos acompanhando a questão e cobrando do prefeito que ele envie o quanto antes para a Câmara o novo projeto para que possamos analisa-lo. Este benefício para o funcionalismo público já foi prometido no ano passado, mas não pode ser pago por causa da Lei 173.

Como você avalia o seu segundo ano de mandato e como foi transição da presidência da Câmara? Já são seis anos de vida público e isso é um grande desafio. Em 2016 eu fui eleito com 940 votos e em 2020 eu tive 1.217. Então, a gente passa de esperança para o trabalho consolidado e prestado para a sociedade. Eu não ataco ninguém, nenhum parlamentar ou membro do poder executivo. Eu posso cobrar serviço. Aprendi com os meus pais que preciso fazer a minha estrela brilhar sem apagar a estrela de ninguém. Este é  meu perfil de trabalho e vai continuar sendo assim. Trouxe várias coisas positivas do meu antecessor Toninho Gladstone , que é uma pessoa fantástica. Estamos implantando algumas coisas na Câmara. De 20 em 20 dias eu vou fazer uma reunião com toda a diretoria cobrando relatório e fazendo gestão como deve ser feita. Pela manhã fico aqui no meu gabinete como presidente e à tarde vou fazer meu trabalho político na rua e atendo às necessidades da população.

Como será feito o trabalho de aproximação da população com a Câmara Municipal? Passei todos os ramais dos diretores da Casa de forma que a mídia que é verdadeira e escuta os dois lados possa ter acesso, tirar qualquer dúvida e anunciar o que é verdade para a nossa população. Problema não é para ser jogado embaixo do tapete. Ele precisa ser encarado de frente. Agora estamos com esta polêmica sobre a votação da recomposição salarial e tem quem utilize as redes sociais para nos atacar. Mas eu tenho a consciência tranquila de que faço o meu trabalho da melhor maneira possível.

Texto: Antônio Anderson / Maicon Andrei

Foto: Achei Pará de Minas

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