Crise do Metanol completa um mês com alerta sobre bebidas falsificadas
A contaminação por metanol em bebidas adulteradas já provocou 58 casos de intoxicação e 15 mortes no país, segundo boletim divulgado no dia 24 de outubro. O problema começou em 26 de setembro, quando surgiram os primeiros nove casos suspeitos em São Paulo.
Desde então, o governo e órgãos de saúde têm agido para conter o avanço dos casos. Hospitais de referência foram preparados em vários estados e os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) lideraram a detecção. A vigilância sanitária e as polícias intensificaram fiscalizações em pontos de venda e consumo.
As investigações indicam que as bebidas foram falsificadas com uso de álcool combustível adulterado, contendo metanol. O intervalo entre o primeiro alerta e a descoberta dos postos de combustível ligados à contaminação foi de vinte dias.
Em 07 de outubro, o governo federal criou um comitê de emergência, enviou etanol farmacêutico e comprou o antídoto fomepizol para os hospitais. No dia seguinte, o Instituto de Criminalística confirmou que o metanol foi adicionado artificialmente às bebidas, com níveis muito acima do natural. A partir daí, novos protocolos de análise reduziram o tempo de identificação de produtos falsos.
A Polícia Civil de São Paulo localizou os postos e a distribuidora responsáveis pela adulteração. As investigações continuam para encontrar todos os envolvidos.
Universidades também colaboraram. Pesquisadores da UFPE criaram um “nariz eletrônico” capaz de detectar metanol em bebidas a partir de uma única gota, utilizando inteligência artificial para reconhecer odores fora do padrão.
No total, foram 58 casos confirmados, 50 em investigação e 635 descartados. As 15 mortes ocorreram em São Paulo (9), Paraná (6) e Pernambuco (6). Outros nove óbitos ainda são investigados em diferentes estados.
O caso também chegou ao Poder Legislativo. Em São Paulo, uma CPI será aberta para apurar a falsificação de bebidas, enquanto na Câmara dos Deputados pode ser votado o Projeto de Lei 2307/07, que transforma a adulteração de alimentos e bebidas em crime hediondo.
Fonte: Agência Brasil